"Tem gente que escreve os sonhos da gente numa folha de um bloquinho de papel, passa o tempo, arranca, amassa e joga no lixo. Sem dô, sem pena, sem amor, sem pensar. Meu travesseiro vira um lenço, quando fica escuro ou mesmo claro, meus olhos respondem a frustração que sobrou. Mas acabei entendendo o sentido da frase, “Meu fundo de poço tem molas” é talvez dizer que cheguei no fundo seja exagero, mas foi quase. Já estava tudo tão preto e branco, é um passo ficar tudo preto. Sempre dói, mas passa. Viajar olhando pela janela do ônibus agora ficou triste, dói também. Se é ruim? Não , é péssimo. E eu acho muito mais injusto do que o relevo, a latitude e a longitude. Milhões de pensamentos ruins tomam o lugar do desejo, aquela vontade de dizer umas verdades, minhas próprias verdades, colocar o dedo e apontar, mas não posso não é da minha natureza. Prefiro ficar retraída sentir sozinha, falar mais pra que? Confio nas decisões que tomo, não tenho duvidas quando sinto e digo que sinto, queria que todo mundo fosse assim, mas não. Sonhos sem pé nem cabeça, não te dão realidades. Finca os pés e não tira do chão. Palavras lindas e poéticas, não são reais. São apenas palavras abstratas, ditas por qualquer ser, sentimentos ou não, você não pode adivinhar. Tenha mais medo do que coragem quando lhe oferecerem um eu te... Todos mentem. Enfim, sacode a poeira e vai."